Em 2019, uma pesquisa da organização “LGBTQIA+” GLAAD  revelou que a aceitação da sigla “LGBTQIA+” caiu. No biênio 2019-2020, brotaram em diversos países organizações formadas exclusivamente por lésbicas, gays e bissexuais, seguindo a tendência nomeada de #DropTheT (“Largue o T”); no Brasil, foi lançada a  Frente LGB Brasil. 2020 também foi o ano em que, ao menos na Inglaterra, mães e pais conseguiram enfrentar as ações junto às escolas vindas de poderosas organizações LGBTQIA+ como a Stonewall (a gente já falou sobre “gênero nas escolas” no nosso blog e estamos produzindo outro específico sobre a ADI protocolada pelo PSOL junto ao Supremo Tribunal Federal).

Por que isso está acontecendo, ainda mais no século XXI? Numa época em que a sigla “LGBT” e suas variações (“LGBTTT”, “LGBTQIA+”, “LGBTQIAP+”…) são diariamente propagandeadas na mídia ao lado de termos bem-intencionados como “diversidade e inclusão?” Listamos 7 motivos para esse olhar crítico emergir.

1)O ativismo LGBTQIA+ visa ao apagamento legal e social do sexo biológico e essa sigla não faz sentido algum

Você lembra da sigla “GLS” e de expressões como “movimento homossexual”? Lésbicas, gays e bissexuais (LGB´s) lutaram apenas para obter os mesmos direitos que heterossexuais já tinham: se ser heterossexual não era crime, ser lésbica, gay ou bissexual também não deveria ser; se a heterossexualidade não era listada como uma doença mental, a homossexualidade e a bissexualidade também não deveriam; se heteros podiam casar, deixar herança etc. os LGB´s também poderiam e por aí vai. 

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(Fonte: http://www.stephgrantphotography.com/blog/shannon-seema-indian-lesbian-wedding-los-angeles-ca/ )

O que aconteceu a partir dos anos 90? Nós vamos contar esta história com detalhes em uma outra oportunidade, mas, resumidamente, quando o direito à orientação sexual já contava com uma razoável aceitação, ele foi anexado a uma suposta “luta pelo direito à identidade de gênero”.

Muita gente à época imaginou que o “T” tinha sido inserido para atender a algumas demandas de pacientes transexuais, como obrigar os Estados a fornecer hormônios e cirurgias gratuitamente e permitir mudança de documentos. Na época, este diagnóstico era raro e muitos acreditavam, como acreditam até hoje, que o “processo transexualizador” seria um tratamento com resultados positivos (o que, a longo prazo, não é verdade). Fato é que o “T” de “transexual” se alargaria para a invenção de outra categoria iniciada pela mesma letra “T”: “transgênero”. Um termo “guarda-chuva” sob a qual seriam colocados não só pacientes diagnosticados mas dezenas de outros grupos: travestis, crossdressers, homens com parafilias e autoginefilia, “agêneros”, “bigêneros”, “gênero fluido”, fetichistas, kinks, furries, otherkins… considerando que a autopercepção é soberana, que não há critério objetivo algum, qualquer pessoa pode exigir ser reconhecida como “transgênero”. Algumas fontes que encontramos que listam dezenas de “identidades de gênero” deixam em dúvida se estamos diante de um site feito por adultos aficcionados por Teoria Queer, por adolescentes confusos e solitários ou por humoristas, mas outras vêm da respeitada BBC de Londres; assim, em tese, poderíamos ser acusados de “transfobia” se negarmos, por exemplo, a “identidade de gênero” de um “xenogênero”

Além do “T”, a sigla começou a abranger letras como “Q” de queer, palavra manejada por praticamente qualquer pessoa, de qualquer orientação sexual, que tenha um visual minimamente diferente do padrão e também letras que simbolizam grupos  que nada têm a ver com o direito à orientação sexual e nem mesmo com “identidade de gênero”. Uma delas foi “I” de intersexos, anteriormente conhecidos como “hermafroditas”; eles apenas têm uma condição de saúde e podem ter qualquer orientação sexual e estarem totalmente seguros de que são homens e mulheres (alguns se manifestam publicamente contra a apropriação de sua condição médica pelo transativismo, aliás). Outra letra cujo acréscimo não tem sentido algum foi “A” de “assexuais”, pessoas que não têm interesse sexual. Ora, por que um grupo de pessoas que não tem orientação sexual grudou numa sigla que supostamente defende o direito à orientação sexual? E qual a discriminação que “assexuais” sofrem? Você já soube de alguém mandado embora do emprego por ser “assexual”? Finalmente, o sinal de + deixa claro que qualquer um, com qualquer demanda, por mais estapafúrdia ou perigosa que seja, pode fazer parte da sigla. Ah, há ainda quem exija a inserção do “P”, que significa “pansexual”, nada mais do que um nome “diferenciado” para bissexual. É compreensível, diante desse quadro, que vez ou outra você escute (ou já tenha dito) frases como “eu sou gay/lésbica/bi, mas não tenho nada a ver com essa sopa de letrinhas aí não!”).

Todos nós, adultos, sabemos exatamente o que é homem e mulher e que como o sexo biológico é imutável, um não “vira” o outro. Podemos eventualmente praticar uma “suspensão da descrença” e utilizarmos “pronomes escolhidos” por cortesia, em situações sociais. Mas em geral não gostamos de ser obrigados a mentir que homens se transformam em mulheres, que mulheres se transformam em homens e muito menos que existiriam outras espécies de ser humano, como os “não-binários”, esses seres tão especiais que sequer caberiam nas nossas reles e datadas definições binárias.

2) Organizações “LGBTQIA+” são um bem-sucedido exemplo de astroturfing 

Você vê um movimento social. Eles vêem oportunidades de ganhar dinheiro. Astroturfing é a técnica de travestir interesses financeiros sob a a roupagem de uma causa supostamente justa. Num mundo globalizado, a indústria farmacêutica financia a pesquisa acadêmica, estas pesquisas são utilizadas por políticos, os políticos são financiados por gigantes da tecnologia e todos confluem para que você e outras pessoas bem-intencionadas acreditem piamente que estão apoiando uma luta relevante quando estão apenas fazendo bilionários ficarem ainda mais bilionários. Você vê a carinha fofa da “criança trans” no Youtube enquanto médicos e donos de laboratórios esfregam as mãos pensando em quanto irão ganhar vendendo hormônios bloqueadores de puberdade para elas, que são apenas meninos e meninas fora do padrão e perfeitamente saudáveis. Multinacionais não são boazinhas: elas apenas sabem que você ficará mais inclinado (a) a comprar o produto se achar que ele “promove a diversidade”, seja um pacote de Doritos  ou uma mochila da Disney As redes sociais fazem sua parte tirando do ar páginas como as da nossa campanha e promovendo a ideia hilária de que você pode escolher entre 17 gêneros (“hilária” para nós, adultos normais, porque adolescentes devem achar o máximo). Logicamente os bancos não iriam ficar de fora; um empréstimo bancário será fundamental para aquele paciente que não conseguiu a cobertura pelo plano de saúde da última novidade da medicina trans.

Doritos Rainbows tem embalagem colorida para apoiar causa ...

Uma das nossas leitoras é mãe de um menino autista. Ela lamentou que as mães lutaram por décadas pela inclusão escolar de crianças e adolescentes com deficiências e que é humilhante ver militantes destinando tempo, recursos e energias para que escolas promovam a “inclusão de assuntos trans”.

3) O ativismo “LGBTQIA+” está engajado na “transição” de crianças e adolescentes

Conforme explicamos no Requerimento que fizemos à Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo referente ao PL Transcidadania, o Parecer nº 8/2013, do Conselho Federal de Medicina, foi exarado a partir de demanda junto à Defensoria Pública do Estado de São Paulo por um grupo de médicos do Estado e pela organização IGPH – Grupo de Pais de Homossexuais (curiosamente, apesar do nome da ONG mencionar apenas homossexuais, na prática ela atuou como “LGBT”). E, conforme você vê no final da Exposição de Motivos da Resolução nº 2265/19 do mesmo Conselho, essas organizações participaram da elaboração do documento:

Em conjunto com a diminuição da idade mínima, estas organizações e ativistas tomaram parte na divulgação da ideia de “criança trans”, noticiando práticas como a mudança de nome e de e de documentos na infância quando muitos profissionais já alertaram que afixar uma identidade tão cedo (ainda mais acompanhada de muita atenção dos adultos em volta, aparições na mídia etc.) pode dificultar que elas aceitem seu corpo como ele é. Estas ONGs raramente ou nunca divulgam os casos de destransição, arrependimento e efeitos colaterais do “processo transexualizador”; assim, mães e pais de garotos e garotas em conflito com seus corpos ficam sem saber, por exemplo, de histórias como a da jovem destransicionada Keira Bell. Keira fez História ao desafiar publicamente o conto de fadas midiático da “mudança de gênero” de menores de idade, indo à Justiça e lutando para que as gerações futuras não passem pelo “modelo de tratamento”. 

Transgender Over Encouragement & Over Indulgence Could ...

4) O ativismo “LGBTQIA+” censura os que têm opiniões contrárias, chegando ao ponto de cometer crimes

Nossa campanha, no item 3 do artigo que fizemos sobre a Resolução nº 2265/19 do Conselho Federal de Medicina, informou a você casos em que ativistas “LGBTQIA+” censuraram e perseguiram profissionais que alertaram para os riscos da ideia de “criança trans” e do uso de hormônios artificiais em menores de idade; entre eles está a médica brasileira Dra. Akemi Shiba. A organização britânica pelos direitos de meninas e mulheres FILIA, por sua vez, publicou uma lista com onze pesquisadoras censuradas nas universidades (inclusive brasileiras) por suas considerações sobre sexo e “gênero” – veja só, universidades, espaços que você imagina ser de debates, reflexões e saudáveis dissensos. A livraria Target, por pressão de ativistas trans, recolheu os exemplares do livro “Irreversible Damage” (“Danos Irreversíveis”), da jornalista Abigail Shrier, que alerta para os riscos das intervenções da medicina trans em meninas. Após muitos apontarem que isso obviamente configura censura, a Target voltou atrás na decisão, mas o ocorrido nos mostra como um grupo pequeno, mas poderoso, pode tolher a nossa liberdade de expressão.


Contudo, há casos ainda mais graves e que explicam por que você vê na mídia tantas vozes “trans-inclusivas”: medo. Na Inglaterra, o transativista Tara Wolf agrediu fisicamente uma idosa, Maria MacLahan, por esta ter comparecido a um encontro que iria debater as consequências do “direito à identidade de gênero” para o sexo feminino. Maria publicou o vídeo da agressão no Youtube e iniciou um site chamado Peak Trans ( #PeakTrans, que literalmente significa “Pico Trans”, é uma expressão que descreve o momento em que a gente se dá conta dos exageros do transgenerismo). Nenhuma organização LGBT, britânica ou não, condenou a agressão. O medo é tanto que a mãe que recentemente conseguiu barrar na Justiça a mastectomia da filha de 17 anos no Canadá deu entrevistas sem mostrar o rosto – como se ela estivesse fazendo algo de errado!

Cometer atos de violência em nome de uma causa, é bom lembrar, é exatamente a definição de terrorismo

5) O ativismo LGBTQIA+ apóia ou é conivente com atitudes graves de seus membros

Mesmo após sua expulsão do PSOL sob acusações bastante graves, Indianare Siqueira continuou com o apoio do ativismo LGBTQIA+, conseguiu se filiar ao PT e lançou candidatura para a Câmara dos Vereadores do Rio de Janeiro nas eleições de 2020. Mesmo após dizer que torcia para que “mulheres trans esquartejassem” a escritora JK Rowling, Lana de Holanda (PSOL-RJ), transativista do gabinete da deputada Mônica Francisco, não recebeu nenhum puxão de orelhas público e ninguém falou em “cancelamento”; o tuíte foi apagado dias depois sem maiores consequências. Mesmo após declarar publicamente que estuprou um “homem trans” (ou seja, uma pessoa do sexo feminino que se declara homem) com o objetivo de engravidá-la, o transativista Cherno Biko seguiu como uma “liderança LGBT” nos Estados Unidos. Mesmo após suas declarações que relativizaram pedofilia, Pete Tatchell continua uma proeminente liderança LGBTQIA+ na Inglaterra; numa carta que escreveu ao jornal The Guardian em 26 de junho de 1997, ele finalizou com “Está na hora de a sociedade entender a verdade que nem todo sexo envolvendo crianças é indesejado, abusivo ou prejudicial”. Os mesmos ativistas que insistem em dizer que chamar alguém pelo “pronome errado” seria algo terrível se recusaram a condenar publicamente o triplo assassinato cometido por Dana Rivers, ativista trans que matou um casal de lésbicas que eram suas amigas, Patricia Wright e Charlotte Reed, e o filho adolescente delas, Toto, de 19 anos. A palavra “trans” coloca algumas pessoas, sem trocadilho, numa espécie de transe e faz com que abram mão de qualquer senso crítico.

Dana Rivers, teacher whose firing for gender change made ...

Dana Rivers
  • 6) O ativismo LGBT retira os direitos de meninas e mulheres

Por exigirem a troca do critério do sexo biológico para “identidade de gênero” na definição do que é um homem e o que é uma mulher, as políticas de “identidade de gênero” retiram os direitos baseados em sexo biológico das meninas e mulheres. Isso inclui direitos que elas consideravam já certos, como o de participar de esportes com justiça e segurança e de ter seus próprios banheiros, vestiários e outros espaços em que ficam total ou parcialmente nuas.

É lamentável que pessoas que se elegeram com o voto de mulheres façam projetos de lei que aumentam a vulnerabilidade delas, já que qualquer um pode alegar uma “identidade de gênero”.

Algumas organizações chegaram ao ponto de fazer uma campanha para que se faça fotografias e filmagens dentro dos banheiros, colocando em risco a privacidade e a dignidade das meninas e mulheres que os frequentam. Eis o apelo que se vê no Instagram oficial da ANTRA, a “Associação Nacional de Travestis e Transexuais”:

Mesmo com essas atitudes provavelmente muitas mulheres votarão em ativistas LGBTQIA+ nestas eleições, numa bizarra modalidade da Síndrome de Estocolmo

 

  • 7) O direito à “identidade de gênero” é incompatível com o direito à orientação sexual

Os defensores do “direito à identidade de gênero” usaram o direito à orientação para passar suas políticas. Mas, como se baseia em negar o sexo biológico, é na verdade incompatível com o direito à orientação sexual, o qual, como o próprio nome diz, se baseia em reconhecer a existência do sexo biológico. Assim, pessoas que se interessam exclusivamente por mulheres são acusadas de “transfobia” caso não tenham interesse em homens que se declaram “mulheres trans e travestis”, bem como quem busca relacionamentos exclusivos com homens é recriminado por não querer se relacionar com “homens trans”. Gays e lésbicas, por fazerem parte da suposta “comunidade LGBTQIA+”, são ainda mais cobrados para “desconstruírem” suas “preferências sexuais” “genitalistas e biologizantes”: um festival LGBTQIA+ ofereceu uma oficina para ensinar gays a se relacionarem com “pessoas com vagina”; no Brasil, um vídeo filmado na Caminhada de Mulheres Lésbicas e Bissexuais de São Paulo de 2018 com Luiza Coppieters (PSOL-SP)  viralizou e nos comentários é possível ver o desconforto gerado por suas falas. Lésbicas já haviam feito, em 2016, uma carta de repúdio contra a participação de Coppieters na Marcha

A orientação sexual é um direito. Desconfie de indivíduos que pressionam você a se relacionar com quem você não quer, mesmo que a pressão não seja agressiva e sim sob a forma de palavras como “descontrução”. 

Nossa campanha apóia o direito à orientação sexual. Porém, pelos motivos acima, temos um olhar crítico em relação a organizações “LGBTQIA+”. Esperamos que este texto seja um ponto de partida para você também desenvolver um olhar crítico sobre esta sigla, que diz muito mais sobre dinheiro, o bom e velho dinheiro do que a qualquer outra coisa.

Caso você seja um pai ou mãe cujo filho ou filha se questiona se seria gay, lésbica, bissexual ou “trans”, ou mesmo se assumiu como tal, e sente necessidade de buscar informações junto a organizações, sugerimos ouvir apenas as que utilizam a sigla LGB, que se dediquem exclusivamente ao reconhecimento do direito à orientação sexual e que trabalhem com a verdade do que é ser homem e mulher. No Brasil, há a já citada Frente LGB Brasil ; se você entende inglês ou sabe usar os tradutores gratuitos, há também a pioneira LGB Alliance, na Inglaterra, e similares nos Estados Unidos, México, Espanha, Canadá, Islândia, País de Gales e Irlanda, bem como um grupo de lésbicas, gays e bissexuais conservadores, o LGB Conservatives .

E lembre-se: muitos gays, lésbicas e bissexuais adultos relatam que na infância e adolescência acreditavam que eram do sexo oposto. A orientação sexual do seu filho não é uma doença e não deveria ser tratada como tal. Ao apoiarem irrestritamente a ideia de “crianças e adolescentes trans”, o ativismo LGBTQIA+ está praticando uma forma moderna de “cura gay” e esterilizando em massa meninos e meninas. Uma das mais cruéis formas já vistas de eugenia.